terça-feira, 22 de abril de 2008

Natal de razão e emoção

Não é preciso dizer que o natal tornou-se festa comercial. Alguns insistem em que o natal não passa de mais uma oportunidade aproveitada pelos comerciantes para venderem mais. Isso lá tem sua razão! Afinal, as lojas nos levam ao limite na batalha entre o desejo carnal do consumo e a necessidade real da aquisição. Neste quesito as pessoas práticas, metódicas e racionais saem na frente. Os mais românticos passam dezembro procurando o “espírito do natal”, e até pensam que o encontraram quando passeiam pelas ruas enfeitadas com muitas luzes e crianças correndo ao som de harpas natalinas tocadas pelo serviço de som. Sussurram “este é o espírito do natal” num suspiro melancólico. Pessoas assim pensam em todo mundo. Nos parentes, nos amigos, nos visinhos, nos entes-querido que moram longe, nos enfermos, nos encarcerados, no filhinho da amiga e etc. Entre a razão dos práticos e a emoção dos românticos está um fato histórico que motivou o natal. A razão do natal está no maior acontecimento de todos os tempos, quando Deus resolveu conspirar contra a humanidade virando o jogo. O ser humano sempre quis ser como Deus e viu, boquiaberto, Deus tomar a iniciativa e tornar-se humano. Depois de ser alcançado por esta realidade, Paulo, o Apóstolo, compôs este cântico: “seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens...”. A conspiração divina (esta é uma expressão de Dallas Willard, num livro fascinante que também leva este nome) reside no plano em que Deus veio ao encontro do ser humano, aqui mesmo, em nosso planeta, em nossa casa. A emoção do natal sobra em imagens vívidas em nosso consciente. Mãe virgem sinalizando a divindade da concepção. Casal que não encontra hotel, numa espécie de “estou chegando, mas ninguém me recebe”. Pobreza do local em oposição á riqueza de quem acabara de nascer. Apoteose no céu com anjos cantando e pastores no campo e na madrugada em desabalada carreira, buscando o messias prometido há séculos. Rei enfurecido, cientistas do oriente o adorando e fuga para o Egito, numa mensagem clara a humanidade de que o oriente, hoje rachado entre muçulmanos e judeus tem em Jesus a esperança da unidade. Deixar os pensamentos entregue às histórias de natal é um risco às lágrimas, não só para os românticos. A distância que nos separa do dia e do local do natal não é capaz de nos separar, na mente e no coração, na razão e na emoção, da realidade do natal: Deus está conosco. E isso faz toda a diferença!
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

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