quinta-feira, 17 de abril de 2008

Cidade sitiada

A cidade estava cercada pelo exército arameu de Ben-Hadade. O cerco já durava tanto tempo que a fome dentro dos muros da cidade tornou-se inimigo pior que o exército do lado de fora. A cabeça de um jumento chegou a valer 3 mil reais e um litro de esterco de pomba custava 180 reais. Ambos tornaram-se alimento de luxo! O desespero e a bestialidade chegaram a limites inimagináveis, quando duas mulheres combinaram comer o filho de uma delas num dia e o filho da outra no outro dia. Estamos por volta de 855 a.C. em tempo de guerra entre Jorão, rei de Israel, e as forças Sírias. A morte estava do lado de fora, no poder bélico de um exército que veio para conquistar. A morte estava do lado de dentro, numa cidade sitiada até a loucura de alimentar-se do semelhante numa autofagia que apenas adiava o fim para o dia seguinte. Do rei ao plebeu só havia uma certeza: a morte era questão de tempo. Aliás, até o tempo é inimigo. É dentro do tempo que se chora, se sofre e se angustia pela expectativa do mal iminente. Mas que continua pendente e teima em não chegar. É uma expectativa que vai corroendo os nervos até a insanidade que grita sem ninguém ouvir. O mesmo texto bíblico que nos informa destes acontecimentos, nos fala também que nesta cidade (Samaria) havia um profeta de Deus, e que seu nome era Eliseu. Odiado pelo rei e seus pares, visto pelo povo com respeito e temor, era o tipo de homem capaz de milagres aparentemente fúteis (fazer o ferro de um machado flutuar) até a aparente futilidade pessoal (amaldiçoar 42 meninos a ponto de duas ursas saírem do mato e os despedaçarem por tê-lo chamado de careca). Mas não se engane. Nada de fútil havia neste homem. Ele mandou um recado para o rei: Amanhã, por essa hora, na porta da cidade, 30 litros de cevada custarão 36 reais. Era a promessa do impossível. Mas se fosse possível não seria milagre. Mais uma tarde... e o assessor do rei incrédulo dizendo que até mesmo se Deus fizesse abrir a janela do céu, ainda assim essa profecia não passava de frase de efeito. Mais uma noite se arrasta... e a notícia se espalha pela cidade. Uma semente de esperança caíra nos corações rachados como terra seca. Amanhece o dia... mais ou menos na hora em que o homem de Deus havia predito, num rompante de fé coletiva a multidão abre os portões e em desabalada carreira se lança sobre o acampamento inimigo. Surpresa geral e muita festa. Os samaritanos esfomeados encontraram as barracas, as armas e os alimentos, mas não encontraram um inimigo sequer. Na hora ninguém soube explicar como. Na ocasião sabiam apenas de duas coisas: o assessor incrédulo morreu pisoteado na porta da cidade; sabiam também que naquela cidade tinha um homem de Deus.
Incredulidade mata. Em Passos há homens e mulheres de Deus.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

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