quinta-feira, 17 de abril de 2008

Imagem da Semana

Toda sexta-feira pela manhã, quando está terminando o “Bom Dia Brasil” (telejornal da TV Globo), é exibido uma sucessão de imagens que retratam o que foi a semana. Sob uma bela música as imagens se sucedem numa espécie de resumo fotográfico das principais notícias que marcaram os últimos dias. As cenas são arranjadas de tal maneira que se perceba o passar dos dias numa alternância de boas e más notícias. Vitórias e derrotas. Alegrias e tristezas. Exatamente como a vida é. Infelizmente não como gostaríamos que fosse. Se pudéssemos escolher, seriam só boas notícias, sobrando vitória e muita alegria. Na sexta-feira que sucedeu o carnaval tais imagens, no entanto, mostraram-se mais cruéis do que o normal. A alegria sucumbiu diante das últimas notícias. Entre a imagem dos passistas eufóricos da “Vai Vai”, o gol de Robinho que deu a vitória ao Brasil e a quadra da “Beija Flor” lotada de gente extasiada pelo triunfo do bi-campeonato, aparecia gente chorando, tirando lama de dentro de casa, entre a geladeira deitada e o colchão empapuçado de sujeira. Aparecia gente chorando diante da casa desmoronada e soterrada junto com um ente querido que não teve tempo de fugir do próprio enterro. Ou seria do próprio soterro. Aparecia gente chorando diante de um monte de ferro retorcido do que antes fora um automóvel completo de família feliz viajando cheia de sonho, mas que na imagem era somente ferro tingido de sangue gritando em silêncio que chegara o fim. Aparecia gente chorando, porque a tromba d’água levou o amor da vida, levou a criança cachoeira abaixo, levou o jovem que não teve tempo, tudo num liquidificador gigante, matando gente sem dó. Como se alegrar diante destas imagens? Racionalmente eu seu que a alegria dos vitoriosos no carnaval e no futebol é legitima. Sei também que a distância geográfica e familiar entre o triunfo de alguns e a tragédia de outros expressa tacitamente que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Mas quando colocadas juntas e ao som da mesma música, faz-se o impossível: juntar tristeza e alegria. E para essa impossibilidade só resta a única esperança: Crer no Deus que dá vida além do triunfo e da tragédia torna possível viver hoje a alegria da eternidade. Faça coro com o apóstolo Paulo, e não perca a esperança: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Coríntios 4:16-18).
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

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