terça-feira, 22 de abril de 2008

Recomeço

Todo fim de ano é a mesma coisa. Um sentimento de “no ano que vem vai ser diferente”. A partir daí começam as auto-promessas, aquelas feitas a si mesmo com profundo sentimento de sinceridade, mas com auto grau de quebra de contrato. São do tipo “ano que vem eu vou emagrecer e voltar usar aquele jeans guardado no fundo do guarda-roupa”, ou “no próximo ano letivo vou me sentar na primeira fila, passar o rascunho à limpo assim que chegar da escola e garantir minhas notas antes do fim do ano”. Da vida amorosa aos demais relacionamentos, da vida profissional à conduta moral, da vida cristã ao serviço cristão sobram todo tipo de promessa. O fim de ano é bem assim: uma espécie de expurgo das promessas quebradas e do sentimento de fracasso. O romper do ano parece uma anistia da consciência pesada desde que, é claro, novas, sinceras e saudáveis promessas tenham sido feitas. Parece que o perdão para o ano que passou está condicionado à não deixar de tentar fazer a coisa certa. No entanto, passado à folia da primeira madrugada do ano, ao acordar, está tudo do mesmo jeito, exceto o cansaço e a bagunça na cozinha, que parece bem maior. Para aqueles que não festejam em sua casa, há só o cansaço e na geladeira o resto do peru e do arroz com uva-passa que sobraram do natal. Na primeira semana de janeiro vai chegar a fatura do cartão de crédito (maior que o normal), o IPTU, IPVA, etc., e então se percebe que o novo ano não traz novidades, mas tudo continua do mesmo jeito. E já que está tudo do mesmo jeito é natural que as promessas feitas fiquem na distância das emoções do último 31 de dezembro. A verdade, mais nua e crua que o normal, é uma autorização para que não levar à serio as promessas. E mais, se o mundo em nada mudou para melhor, por que eu deveria ser a exceção?
Não deixe que esse sentimento invada seu coração. Pessoas mudam (assista ao filme “16 Quadras”). Creia nisso! O recomeço é a maior de todas as oportunidades de mudança. E mudar para melhor é a maior das virtudes. A bíblia diz que “Aquele que está em Cristo, é nova criação. As coisas velhas se passaram e tudo se fez novo”. O que muda não é o mundo, mas eu mesmo. E quando eu mudo tudo começa a mudar em minha volta. Quando chegar 31 de dezembro, perto da meia noite (ou 4 de janeiro ou 16 de fevereiro, o dia não importa desde que você decida fazer), faça uma oração sincera. Diga a Deus que você deposita n’Ele toda sua confiança, e crê que o sacrifício d’Ele na cruz é o bastante. Diga a Ele que você quer experimentar o que a bíblia diz à respeito de ser nova criação e ser cheio da graça de Cristo.
A Deus toda glória!
Graça e paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Se você gosta de televisão

Se você gosta de televisão, tendo ou não televisor, aqui está a nova versão do “Salmo 23”, sendo os seus versículos assim:

1º O televisor é o meu pastor, meu crescimento espiritual faltará;
2º Ele faz-me sentar nos pastos mundanos para levantar-me vazio; das coisas de Deus ele toma lugar que eu deveria dar a Deus. Faz-me abandonar os meus deveres de cristão porque tenho que assistir aos meus programas prediletos que ele apresenta;
3º Ele renova meus conhecimentos das coisas do mundo e não me deixa estudar a Palavra de Deus. Ele faz com que eu falte nos cultos ou os assista pela metade;
4º Mesmo eu estando para morrer continuarei assistindo ao meu televisor, enquanto ele funcionar, porque ele é o meu companheiro mais chegado; Suas músicas e sua imagem me consolam;
5º Ela me oferece muita distração trazendo o mundo dentro de minha casa para orientar a minha família. Ela enche a minha cabeça de coisas, de modo que meu cálice transborda e eu estou sempre a falar de seus programas; falo tanto que a Palavra de Deus não tem mais lugar em minha vida, na minha família e na minha casa.
6º Assim sendo, certamente que o mal e a miséria me seguirão todos os dias da minha vida. Porque o meu televisor me faz contrariar a vontade de Deus; Assim habitarei no lugar preparado para o diabo e seus anjos, para todo o sempre.
Graça e paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Natal de razão e emoção

Não é preciso dizer que o natal tornou-se festa comercial. Alguns insistem em que o natal não passa de mais uma oportunidade aproveitada pelos comerciantes para venderem mais. Isso lá tem sua razão! Afinal, as lojas nos levam ao limite na batalha entre o desejo carnal do consumo e a necessidade real da aquisição. Neste quesito as pessoas práticas, metódicas e racionais saem na frente. Os mais românticos passam dezembro procurando o “espírito do natal”, e até pensam que o encontraram quando passeiam pelas ruas enfeitadas com muitas luzes e crianças correndo ao som de harpas natalinas tocadas pelo serviço de som. Sussurram “este é o espírito do natal” num suspiro melancólico. Pessoas assim pensam em todo mundo. Nos parentes, nos amigos, nos visinhos, nos entes-querido que moram longe, nos enfermos, nos encarcerados, no filhinho da amiga e etc. Entre a razão dos práticos e a emoção dos românticos está um fato histórico que motivou o natal. A razão do natal está no maior acontecimento de todos os tempos, quando Deus resolveu conspirar contra a humanidade virando o jogo. O ser humano sempre quis ser como Deus e viu, boquiaberto, Deus tomar a iniciativa e tornar-se humano. Depois de ser alcançado por esta realidade, Paulo, o Apóstolo, compôs este cântico: “seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens...”. A conspiração divina (esta é uma expressão de Dallas Willard, num livro fascinante que também leva este nome) reside no plano em que Deus veio ao encontro do ser humano, aqui mesmo, em nosso planeta, em nossa casa. A emoção do natal sobra em imagens vívidas em nosso consciente. Mãe virgem sinalizando a divindade da concepção. Casal que não encontra hotel, numa espécie de “estou chegando, mas ninguém me recebe”. Pobreza do local em oposição á riqueza de quem acabara de nascer. Apoteose no céu com anjos cantando e pastores no campo e na madrugada em desabalada carreira, buscando o messias prometido há séculos. Rei enfurecido, cientistas do oriente o adorando e fuga para o Egito, numa mensagem clara a humanidade de que o oriente, hoje rachado entre muçulmanos e judeus tem em Jesus a esperança da unidade. Deixar os pensamentos entregue às histórias de natal é um risco às lágrimas, não só para os românticos. A distância que nos separa do dia e do local do natal não é capaz de nos separar, na mente e no coração, na razão e na emoção, da realidade do natal: Deus está conosco. E isso faz toda a diferença!
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Um ano em Passos

Impressionante como passa rápido. Hoje completa um ano de posse na PIB em Passos. Quando eu e minha família começamos a cortejar com a possibilidade de vir para Passos, nada sabíamos do que nos aguardaria por aqui. Animava-me a fama da boa cozinha e da hospitalidade mineiras. E não fiquei decepcionado! Gostamos da cidade. Do povo, do clima, do ritmo. Não significa que a cidade seja perfeita. Significa que a gente gostou do jeito de várias coisas, nos adaptamos a outras, e àquelas que não gostamos foram submersas pela quantidade dos prós. O fato é que a gente está feliz por aqui. E mais gente da nossa família continua chegando (agora é o Guilherme, Andréa, Heitor e a pequena Catarina. Minha nora ainda não escolheu esse nome para a menina que vai nascer, mas tenho esperança de que ela se acostume e até goste do nome que eu escolhi). Vir para Passos foi uma mudança radical no conceito que eu tinha de fazer missões. Olhar para o mapa de Minas e constatar o vazio batista me incomodava. Começamos passeando por aqui. Visitamos Guaxupé, Nova Rezende, Cambuquira, Extrema, Cambuí, Poços de Caldas e etc., sempre procurando as igrejas batistas e seus pastores. Então as portas começaram a se abrir e pessoas que amamos foram sendo convencidas pelo Espírito Santo a aceitarem os desafios. Pr. José Luis e família em Guapé e Pr. Ricardo e família em Cristais. Nessa ocasião nosso coração já palpitava em direção a esta região. Junto com o pr. Jean visitamos Capitólio para abrir um trabalho batista ali. Não conseguimos parceria para o sustento. Depois visitamos a congregação do bairro Penha II junto com o pr. João Rodrigues e tentamos novas parcerias para o que seria a Terceira Igreja Batista em Passos. Novamente as portas se fecharam. Então recomeçamos nossos planos com Jundiaí, já que aparentemente as expectativas missionárias para Passos e região era somente um sonho. Foi quando veio o convite de Primeira Igreja Batista em Passos. Entendemos então que Deus nos queria aqui para planejar e trabalhar por missões aqui. A cada dia amo mais os planos de Deus. São muito melhores que os nossos, e se a gente não atrapalhar já ajuda muito. Lembra de Isaías 54:2? “Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam, não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas.” Hoje, depois de um ano de posse, creio que estamos mais perto de realizar alguns sonhos. A congregação de Itaú de Minas está perto de receber mais um obreiro. Cássia já tem seu missionário. Passos está perto de ter sua primeira missionária de missões urbanas. Pessoas estão sendo alcançadas por estudos bíblicos. Nossos cultos tem tido música e ensino de qualidades. Começamos a “engatinhar” com nossos ministérios. Mas há muita coisa por fazer e você precisa saber em que ministério vai trabalhar. Se no serviço, na comunhão, na adoração, no discipulado ou no ensino. Você só não pode decidir ficar parado!
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Tragédia anunciada

Já fazem uns três ou quatro meses que assisti a uma entrevista sobre a crise aérea brasileira. O jornalista perguntava sobre as condições de segurança dos nossos aeroportos e o entrevistado respondia tentando caminhar entre o alarmismo e a cruenta e real possibilidade de acidente. Em dado momento comentou sobre as tais “ranhuras” na pista que serviriam para oferecer maior segurança nas aterrissagens. De outra parte o governo anunciava que não havia crise no setor aéreo (muito embora os controladores de vôo estivessem amotinados) e que tudo isso não passava de invenção sensacionalista de uma parte da imprensa. A tragédia estava anunciada! Mais de 180 pessoas saíram cheios de planos naquela manhã. Fazer negócios, encontrar pessoas, almoçar naquela cantina, galgar melhor posição na luta por um lugar ao sol ou simplesmente reencontrar a família. Teve quem precisou adiantar o vôo e acabou encurtando a vida. Teve quem perdeu o vôo e ganhou a vida. Sobre estas coisas não há previsão. Ninguém sabe quando vai acontecer. Antes da decolagem, não há vôo certo ou errado. Há somente o aparente curso natural das coisas. A tragédia estava anunciada, mas sem hora e dia marcados!
A fazenda de um homem produziu muitíssimo. Uma pequena fortuna. Ele pensou consigo mesmo: “vou construir celeiros novos, armazenar tudo e viver de renda; Comer, beber e folgar”. Ele não sabia que morreria naquela mesma noite (Lucas 12:16-20). A tragédia estava anunciada! Davi faz uma oração interessante. Pede para que Deus lhe mostre o dia de sua morte, com a intenção de conhecer sua própria fragilidade (Sl 39:4). Não saber o dia da morte é ter a falsa noção da imortalidade. É esquecer-se da tragédia anunciada; e a morte é a tragédia anunciada por excelência. Portanto, saber morrer é tão importante quanto saber viver. A tragédia pode nos pegar de surpresa, mas nunca despreparado. A bíblia ensina que todo aquele que deposita sua confiança no sacrifício de Jesus passa desta vida para outra vida. Esta é a graça anunciada!
A Deus toda glória!

Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Tempo de Reforma

Neste 31 de outubro de 2007 se completa 490 anos desde que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da capela do castelo de Wittemberg, na Alemanha. O que no início foi considerado pelo Papa apenas uma arenga de padres veio a ser o marco da Reforma Protestante. Na ocasião (31 de outubro de 1517) Lutero era frei Agustinho e professor na referida universidade. Já vinha a algum tempo “matutando” na teologia oficial da época, a fim de encontrar descanso para sua consciência. Sentia-se um terrível pecador e toda vez que tentava conseguir perdão, encontrava um Deus tirano que o ameaçava com o inferno. Ainda não havia descoberto o perdão de Deus, visto que enxergava a bíblia com os óculos da teologia oficial. Há muitos que, em nosso tempo, ainda não descobriram o que Lutero descobriu, andam com o fardo do pecado, mesmo sendo religioso. Acabam caindo num dos extremos: ou se martirizam pelos seus pecados ou se entregam irresponsavelmente a eles por não encontrar solução. Veja o que o reformador alemão redescobriu começando por Romanos 1:17 “O justo viverá da fé”. A partir deste texto, Lutero redescobre os fundamentos do cristianismo através dos três “somente”. Somente pela graça, somente pela fé e somente a Bíblia. Estas proposições atacavam a igreja da época em suas bases. Com somente a graça, Lutero afirmava que o perdão não vem de uma declaração de absolvição de qualquer líder religioso, mas do amor de Cristo provado na Cruz; com somente a fé, Lutero prova que o meio de aproximar-se de Deus é a confiança no sacrifício vicário de Cristo, e não por penitência, sacramento ou qualquer outro exercício religioso; com somente a Bíblia, Lutero afirma que a única fonte de autoridade divina para o ser humano é sua Palavra. Dessa forma, estes três pilares tiram do centro a igreja oficial, e em seu lugar coloca a cruz de Cristo. Neste ponto a controvérsia deixa de ser teológica e passa a ser política, com alcance em tronos, riquezas e poder. Infelizmente, ainda hoje, muitos encaram este assunto como uma disputa religiosa. Grande engano! Quando todos partirmos desta vida, o poder e a riqueza nada poderão fazer. É imperativo, portanto, que hoje aconteça uma verdadeira reforma em seu coração. E isto acontecerá somente pela graça, somente pela fé, somente pela bíblia.
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Tempo de Reforma

Neste 31 de outubro de 2007 se completa 490 anos desde que Martinho Lutero pregou suas 95 teses na porta da capela do castelo de Wittemberg, na Alemanha. O que no início foi considerado pelo Papa apenas uma arenga de padres veio a ser o marco da Reforma Protestante. Na ocasião (31 de outubro de 1517) Lutero era frei Agustinho e professor na referida universidade. Já vinha a algum tempo “matutando” na teologia oficial da época, a fim de encontrar descanso para sua consciência. Sentia-se um terrível pecador e toda vez que tentava conseguir perdão, encontrava um Deus tirano que o ameaçava com o inferno. Ainda não havia descoberto o perdão de Deus, visto que enxergava a bíblia com os óculos da teologia oficial. Há muitos que, em nosso tempo, ainda não descobriram o que Lutero descobriu, andam com o fardo do pecado, mesmo sendo religioso. Acabam caindo num dos extremos: ou se martirizam pelos seus pecados ou se entregam irresponsavelmente a eles por não encontrar solução. Veja o que o reformador alemão redescobriu começando por Romanos 1:17 “O justo viverá da fé”. A partir deste texto, Lutero redescobre os fundamentos do cristianismo através dos três “somente”. Somente pela graça, somente pela fé e somente a Bíblia. Estas proposições atacavam a igreja da época em suas bases. Com somente a graça, Lutero afirmava que o perdão não vem de uma declaração de absolvição de qualquer líder religioso, mas do amor de Cristo provado na Cruz; com somente a fé, Lutero prova que o meio de aproximar-se de Deus é a confiança no sacrifício vicário de Cristo, e não por penitência, sacramento ou qualquer outro exercício religioso; com somente a Bíblia, Lutero afirma que a única fonte de autoridade divina para o ser humano é sua Palavra. Dessa forma, estes três pilares tiram do centro a igreja oficial, e em seu lugar coloca a cruz de Cristo. Neste ponto a controvérsia deixa de ser teológica e passa a ser política, com alcance em tronos, riquezas e poder. Infelizmente, ainda hoje, muitos encaram este assunto como uma disputa religiosa. Grande engano! Quando todos partirmos desta vida, o poder e a riqueza nada poderão fazer. É imperativo, portanto, que hoje aconteça uma verdadeira reforma em seu coração. E isto acontecerá somente pela graça, somente pela fé, somente pela bíblia.
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Sonho Interrompido

A vida é tudo o que a gente quer, mas nem sempre é do jeito que a gente quer. O imponderável é uma constante que altera o rumo aparentemente certo e normal. No mesmo instante que estamos vivendo a maior alegria, um detalhe transforma o sonho em pesadelo, a festa em luto. No lugar da alegria sobram lágrimas. Foi isso que aconteceu com o simpático casal Jeová e Elisabeth. Faltando uma semana para dar à luz, eles viviam a expectativa do nascimento do seu primeiro bebê. Os preparativos, roupinhas, quarto, família, nome, tudo escolhido com intensidade e esmero. Nas responsabilidades médicas, tudo em dia. Era somente aguardar o momento do nascimento para começar a festa da vida. Aí viria o primeiro afago, os beijos, os banhos, o milagre da amamentação... Mas nada disso veio. Em lugar, um pequeno caixão branco e um funeral. Quem poderia imaginar? O cordão umbilical que o alimentou por mais de oito meses, foi o mesmo que nos últimos momentos da gravidez, enrolado em seu pescoço, lhe proibiu a vida. E toda a família e amigos morreram um pouco naquela terça-feira. A pergunta natural é: onde estava Deus quando o neném girava no útero? Porque Deus permitiu a gravidez se sabia, em sua onisciência, que terminaria de forma trágica? Às vezes a única pergunta no momento do sofrimento é: Por que Deus? Não tenho todas as respostas, e acredito que ninguém as tenha de forma conclusiva. Não me convence aquelas coisas do tipo “Deus sabia que ele um dia iria sofrer muito, por isso o levou”. Se assim o fosse, Deus teria levado todas as crianças que neste momento fazem tratamento no hospital do câncer. Não haveria sequer hospital para criança, ou mesmo Conselho Tutelar para atuar junto a crianças em estado de risco. Morreriam todas antes de nascer. Também quando alguém diz “Deus sabia que ele poderia dar trabalho”, sugerindo que a criança que morreu poderia se tornar um marginal ou coisa assim, fico pensando então que Deus falhou em seu controle de qualidade humana quando deixou crescer o Fernandinho “beira mar”, o “maníaco do parque”, Bin Ladem e toda a corja que habita o palácio do planalto. Imaginar que Deus queria o nenê com Ele lá no céu, soa pra mim como retórica no máximo agradável de ouvir, mas longe de ser verdadeira. Nessa hora, eu fico mesmo com a Bíblia e com aquilo que a fé cristã me ensina. Nós vivemos pela fé num Deus cuja essência é o amor. Ele é soberano em suas decisões. Sua vontade é boa, perfeita e agradável (Rm 12:2). Ele age, em todas as coisas, para o bem daqueles que o amam daqueles que são chamados segundo o seu propósito (Rm 8:28). Paulo afirma “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados, ficamos perplexos, mas não desesperados, somos perseguidos, mas não abandonados, abatidos, mas não destruídos” (2 Cor 4:8-9), “pois eu estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38-39), “pois dada à ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1 Ts 4:16). De fato, “considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (Rm 8:18). O sonho foi interrompido, mas não desfeito. “Nós não somos dos que retrocedem... mas dos que crêem e são salvos” (Hb 10:39). A história ainda na acabou...
A Deus toda glória!

Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Sobre a rocha

Tive a honra de ser aluno de Valdomiro Mota. Ele foi meu professor no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, no Rio de Janeiro, onde cursei Teologia na década de 80. Pra ser sincero, não me lembro muito bem das aulas de Valdomiro Mota. Mas me lembro de suas histórias, contadas no intervalo das aulas (ou mesmo nas aulas) e no retorno para casa, quando eu pegava carona com ele (morávamos no mesmo bairro) e ia sentado no banco da frente, tomando sustos com sua destreza ao volante. Uma de suas histórias ficou gravada em minha mente.
Valdomiro Mota foi o primeiro missionário batista brasileiro na Bolívia. Numa das viagens, atravessando o rio num barco,do lado brasileiro para o lado paraguaio, o pior aconteceu. Era noite e fazia frio. A embarcação não resistiu aos solavancos e cheia de gente, tombou derramando pessoas como água numa correnteza furiosa que descia seu destino certo. Valdomiro Mota não sabia nadar direito. Não teve tempo de buscar um colete salva-vidas ou coisa parecida. Foi simplesmente rolando, rodando, afundando e levantando, entre a espuma da água gelada e a lua num céu solitário. Segundo seu testemunho, achou que iria morrer. De repente ele bate numa pedra áspera, segura nela firmemente e tateando vai subindo até descobrir que sua ponta fica pra fora d’água. Ficou ali, parado, encoscorado sobre a pedra como um pássaro de rapina. Não ousava mexer um músculo, qual era seu medo de cair ou perder o apoio. Ficou esperando socorro, que demorou uma eternidade para chegar. Nesse momento, um dos alunos interrompeu com uma pergunta em tom de sarcasmo. “Mas o senhor não tremeu de medo ou de frio?” A resposta veio em tom profético, o que lhe era peculiar. “Eu tremi sim, mas a rocha não”.
O transcorrer natural da vida nos leva a momentos de frio, de dor, de medo. Tremer é natural de seres humanos. As tempestades, algumas vezes, são maiores do que se pode suportar. Jesus compara este fato com dois homens que construíram suas casas. O primeiro Jesus chamou de prudente, porque construiu sua moradia sobre a rocha. O segundo Jesus chamou de imprudente, porque construiu sua cassa sobre a areia. Ambas as casas foram duramente açoitadas pela tempestade. A que estava sobre a rocha, permaneceu. A casa construída sobre a areia teve uma queda irreparável. Se sua vida estiver construída sobre a rocha (que é Jesus), é possível que você trema, porque é humano e porque as correntezas do infortúnio são poderosas. Mas a rocha vai continuar firme, sustentando sua vida e impedindo sua queda.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Sobre a correria

Às 5h45min da manhã o despertador impiedoso tocou. É impressionante como o fim de semana passa rápido, e como a segunda-feira chega com ar de “tudo de novo”. No último final de semana não deu para descansar tudo que se queria, e a semana começa com defasagem de cansaço que se acumula há não sei quanto tempo. O patrão me diz que eu preciso dedicar mais tempo ao meu trabalho. O professor me diz que eu preciso dedicar mais tempo aos meus estudos. O cônjuge me diz que eu preciso dedicar mais tempo à nossa família. O Pastor diz que eu preciso dedicar mais tempo à igreja, e que atraso é um pecado mortal. Meu corpo me diz que eu preciso dedicar mais tempo à minha cama. Mas o tempo que corre impiedoso como o despertador, me avisa que se eu não levantar e correr, serei alcançado pelo desemprego, pela pobreza, pela derrota familiar, pela vergonha pública, pelo pecado da preguiça... “Tudo bem, não precisa falar mais de tanta desgraça, já estou levantando e correndo”.
Quando a falta de tempo invade nossas vidas e a expressão “estou cansado” não sai de nossos lábios, é hora de parar e refletir sobre a necessidade de tanta correria. O sábio Salomão adverte: “Todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento” (Ec 4:4). Aprenda com Salomão e seja sábio dedicando tempo com qualidade àquilo que de fato é prioridade.
A Deus toda glória!

Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Salmo 23

Versão adaptada para “Vídeo-Maníaco”

Esta paráfrase do Salmo 23 me fez questionar sobre a administração do meu tempo e especialmente sobre aquilo que coloco dentro da minha casa para orientar e “divertir” minha família. Talvez este texto anônimo lhe ajude também.

1º O televisor é o meu pastor, meu crescimento espiritual faltará;
2º Ele faz-me sentar nos pastos mundanos para levantar-me vazio; das coisas de Deus ele toma lugar que eu deveria dar a Deus. Faz-me abandonar os meus deveres de cristão porque tenho que assistir aos meus programas prediletos que ele apresenta;
3º Ele renova meus conhecimentos das coisas do mundo e não me deixa estudar a Palavra de Deus. Ele faz com que eu falte nos cultos ou os assista pela metade;
4º Mesmo eu estando para morrer continuarei assistindo ao meu televisor, enquanto ele funcionar, porque ele é o meu companheiro mais chegado; Suas músicas e sua imagem me consolam;
5º Ela me oferece muita distração trazendo o mundo dentro de minha casa para orientar a minha família. Ela enche a minha cabeça de coisas, de modo que meu cálice transborda e eu estou sempre a falar de seus programas; falo tanto que a Palavra de Deus não tem mais lugar em minha vida, na minha família e na minha casa.
6º Assim sendo, certamente que o mal e a miséria me seguirão todos os dias da minha vida. Porque o meu televisor me faz contrariar a vontade de Deus; Assim habitarei no lugar preparado para o diabo e seus anjos, para todo o sempre.
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Que preço estamos pagando?

Todo mundo infeliz! De um lado o governo reclama que não pode ceder um milímetro sequer na carga tributária imposta aos brasileiros. Ao contrário, ainda diz que o ideal mesmo seria que a arrecadação tributária fosse maior para que pudesse fazer todos os investimentos necessários. Por outro lado, os brasileiros que, segundo informações dos tributaristas trabalham até quatro meses no ano para pagar seus impostos, não suportam mais pagar sobre tudo o que se imagina. Sentimos-nos enganados quando pagamos valores absurdos e temos serviços medíocres. Recolhe-se imposto sobre veículos automotores e andamos em estradas de péssima qualidade, recolhe-se imposto exclusivo para saúde pública e faltam médicos, enfermeiros, leitos, equipamentos e medicamentos. E o que falar da segurança pública? Ou melhor, da insegurança pública! Recebemos alguns serviços (não prestados pelo governo) com qualidade razoável, como energia elétrica, água encanada e telefonia, contudo a preços estratosféricos. É em meio a tudo isso que às vezes surge, além do governante corrupto, o cidadão corrupto. Entre pagar e não levar, alguns cidadãos fingem que pagam e o governo finge que retribui em serviço. Em alguns meios, pagar imposto é idiotice. Fazer um “gato” para burlar a concessionária de energia elétrica é quase um atestado de bom gerenciamento do orçamento doméstico. Tem gente que fica até orgulhosa por devolver ao poder público na mesma moeda. Não percebem que a corrupção chegou ao seu lar. De tudo, o maior preço que se paga é se deixar corromper. Pais corruptos geram filhos corrompidos. Maridos corruptos geram relacionamentos corrompidos. E a culpa de tudo isso não é do governo. Ser honesto não é uma retribuição a um país honesto, mas um princípio de vida que pode tornar o país a extensão da nossa casa. Quando João Batista começou seu ministério profético, pregava com todos os pulmões que “o Reino está próximo”. A proximidade que ele refere não é o tempo, com se o reino estivesse quase chegando, e daqui a alguns dias acabaria por chegar. Tão pouco se refere à proximidade geográfica. Na verdade, a expressão “o Reino está próximo” refere-se à proximidade existencial. Para entrar no reino basta crer no Filho como seu Senhor e Salvador, e daí para frente viver guiado pela ética do Reino. A maneira de viver no Reino de Deus o protegerá da maneira de viver no reino do Lula. A corrupção não alcançará sua casa e então você poderá dizer “Eu e minha casa servimos ao Senhor”.
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Preconceito

Preconceito é uma mancha, uma nódoa que encarde e tinge de sujeira a sociedade. Os relacionamentos que foram marcados pelo preconceito enfrentam dificuldades como mágoa, despeito, vergonha, ira, mentira, falsidade, sectarismo, etc., tudo junto, batido num liquidificador forma um veneno que é derramado no coração. Isso causa uma mancha na alma e na sociedade quase impossível de ser retirada. Preconceito é um pré-conceito. Um conceito formado antes de se conhecer, de se avaliar ou de se fazer algum juízo de valor. Um conceito formado por alguém que abre mão de olhar atrás da fachada por preguiça de pensar ou por prazer de maltratar. Ou por simples mesquinhez aprendida numa sociedade corrompida por gerações de preconceito. Preconceito é transmitido por uma espécie de genética social. É aprendido dentro de casa, na escola, na igreja, na roda de amigos. Já faz algum tempo, li o resultado de uma pesquisa feita por uma universidade. Colocaram vários bebês até 3 anos numa sala com bonecas espalhadas. Bonecas brancas e bonecas negras. Os bebês preferiram as bonecas negras, talvez pela cor que lhes chamava atenção. Colocaram outros bebês, agora dos 6 aos 8 anos, na mesma sala, e dessa vez, as bonecas brancas foram as preferidas. O estudo revela que o preconceito étnico foi ensinado pela sociedade (TV, amigos e até mesmo pela família) em algum momento da infância. Uma vez aprendido o preconceito, as desculpas se multiplicam para explicá-lo e até mesmo perpetuá-lo. Preconceito é fascismo, é neonazismo. É generalização burra e violenta: Todo nordestino é preguiçoso, todo negro é ladrão, toda mãe solteira é promíscua, todo obeso é relaxado, todo crente é fanático e tapado. Toda generalização é preconceito. Algumas frases revelam essa atitude: “ele é negro, mas é uma pessoa muito boa”, “fulano é baiano, mas é muito trabalhador”, “ela é mãe solteira, mas é de confiança”, “aquele rapazinho é crente, mas é inteligente e tem muito potencial”. Quando ouço algo parecido tenho certeza de que o preconceito sub-jaz em algumas mentes. É como se dissessem que negro, mãe solteira, baiano ou crente fossem, por rótulo, ser humano de segunda classe. Infelizmente é nisso que o preconceituoso acredita. E o veneno destilado contra os outros acaba envenenando a alma do próprio, que se torna cada vez mais amargo e infeliz. É preciso aprender com o autêntico cristianismo bíblico: “Todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus” (Gálatas 3:26-28 NVI). Aprender e viver essa verdade faz bem a saúde, a família e a sociedade.
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

O maior adversário do Pan

Estamos respirando esporte! Na televisão, no jornal, na mesa de almoço, no local de trabalho é quase obrigatório falar do PAN-RIO 2007. É impressionante como rapidamente esportes quase desconhecidos do público geral passam a fazer parte do nosso cotidiano. Luta Greco-Romana e Pentatlo Moderno renderam medalhas para o Brasil, muito embora sejam quase desconhecidos. Aprendemos regras de esgrima e salto sobre a mesa, mas ficamos com a sensação de que é quase impossível o juiz observar tantos detalhes em tão pouco tempo e numa mesma pirueta. Nosso vocabulário ganhou uma turbinada: aprendemos que jogador de ping-pong é mesa-tenista e que quem nasce na Guatemala é guatemalteco. Nosso conhecimento de geografia também melhorou com o PAN: conhecemos alguns novos países como Dominica e Santa Lúcia na América Central. Este último enviou apenas um atleta (salto em altura com vara), fala um dialeto chamado “patoá”, sua capital é Castries e a moeda é o dólar do Caribe. São atletas vindos de vários países diferentes, modalidades esportivas diferentes e com um mesmo objetivo: vencer. Curiosamente, todos eles também lutam contra o mesmo adversário: eles mesmos. Suas próprias limitações os impedem de diminuir o tempo, aumentar a força, melhorar a precisão. O adversário principal são eles mesmos e não o outro. Quando vencem, vencem a si mesmo. Quando perdem é porque são vencidos pela própria limitação. O apóstolo Paulo usa linguagem esportiva para explicar nossa vida cristã (1 Coríntios 9:24-27). Nesta linguagem simbólica ele diz que todo competidor se submete a regras e treinamento rigoroso, a ponto de esmurrar o próprio corpo. Ele não esta fazendo apologia ao auto-flagelo, mas está falando de seu principal adversário. Nesta luta contra ele mesmo, Paulo chega a exclamar: “Miserável homem que eu sou! Quem me libertará do corpo sujeito a esta morte?” (Rm 7:24 NVI). Era como se ele, Paulo, estivesse extenuado de tanto lutar contra a própria carne, e descobrisse que a medalha de ouro dos jogos da vida fosse apenas um ideal inatingível. No entanto, este mesmo apóstolo que se viu vencido por ele mesmo, descobre em Jesus a força sobrenatural que leva a maior de todas as vitórias. Paulo descobriu que a graça de Jesus era o bastante, e que agora, “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). O cântico de vitória (Rm 8:31-39) é a música daqueles que descobrem que em Jesus, o inimigo íntimo pode ser vencido. Essa pode ser a sua música também. Uma parte da letra diz: “Mas, em todas estas coisas somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”.
A Deus toda glória!

Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

O drama da segundona

Os boleiros de plantão não têm outro assunto. Ver o Coringão cair para a segunda divisão do campeonato mais importante do Brasil foi participar de um momento histórico, de decepção e amargura para seus torcedores e de alegria e triunfo para seus desafetos. É inútil culpar jogadores ou técnicos. Talvez eles sejam, junto com seus torcedores, vítimas de uma gestão administrativa duvidosa que vaticinou sua queda antes do primeiro jogo do brasileirão. De tudo que cercou a pós-queda, o que mais me deixou perplexo foi a alegria dos “anti-corintianos”. Torcedores colorados se sentiram vingados pela maneira duvidosa de como o Coríntias sagrou-se campeão sobre o Internacional. Torcedores Palmeirenses abriram mão de protestar pela sua própria derrota nos gramados (não conseguiram vaga na “Libertadores da América”), à fim de comemorar o rebaixamento do maior rival. Botafoguenses, gremistas, atleticanos e etc., deixaram no ar uma satisfação do tipo “agora eles também vão experimentar o que é ser rebaixado e virar motivo de chacota”. Os demais torcedores perdem amigos, mas não perdem a oportunidade de uma “boa” piada contra os “gambás de segunda”. Por outro lado, ficaram as imagens marcantes de dor, choro e sofrimento de uma torcida que jamais poderia imaginar que algo assim pudesse acontecer. A TV mostrava rostos com expressões de incredulidade, decepção, revolta e questionamentos inúteis. Entre a dor de alguns e o prazer de outros tantos, aprendi algumas lições: primeiro, o ser humano tem um pendor natural pela vingança. Como no 11 de setembro em que o ocidente chorava enquanto parte do oriente médio festejava. A dor dos inimigos lhes é doce, e isso me parece preocupante; segundo, quando não é possível a própria vitória, a derrota do inimigo já serve para alegrar. Uma espécie mesquinha de troca do “meu prazer pela sua dor”; terceiro, quem está afundado em seus problemas gosta de ver outros na mesma situação. É a filosofia do Garfield, “se você quer parecer mais magro é só ficar ao lado de alguém mais gordo”. É assim que os companheiros de rebaixamento tratam a fiel corintiana. Na verdade, o que me parece é que todos esses sentimentos no fundo não passam de desejar o mal para o “inimigo” (inimigo vem entre aspas porque torcedor de outro time jamais é inimigo), e nisso, não há glória ou dignidade. É Jesus quem ensina a amar os inimigos e orar por aqueles que nos perseguem. Não que eu deseje ver a vitória de outro time que não seja o meu. Sou torcedor, e como tal, quero o triunfo do meu time, mas para por aí. Especialmente porque o assunto é só futebol, e futebol não é nada diante da imensurável aventura de viver a abundância da eternidade com Cristo. Aliás, fidelidade eu só dedico ao meu Senhor e a minha esposa. Para meu time eu dedico apenas minha torcida. Para todos os torcedores fica um fim de 2007 cheio de oportunidades para piadas entre amigos equilibrados e saudáveis. Para os derrotados, fica a oportunidade de provar sua grandeza, na quantidade e na qualidade de sua torcida.
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Mau-humos tem cura

A mulher estava tirando água do poço e o viajante faminto lhe pediu um pouco de água. Tendo viajado toda a manhã, a pé, com um grupo de amigos que tinham ido ao vilarejo comprar comida, o viajante cansado, sentado à beira do poço achava que merecia se não um tratamento distinto, pelos menos um bocado de água como que por misericórdia, já que o poço era fundo e o homem não tinha os apetrechos necessários para içar um pouco de água. O sol escaldante, tremulando no terreno arenoso e a mulher, só, com seu cântaro cheio de água, pesadíssimo, escolhera justamente àquela hora para ir ao poço porque sabia que com o sol a pino ninguém estaria ali para importuná-la com perguntas ou comentários desagradáveis. Ela era uma espécie de ameaça para outras mulheres, afinal não era casada legalmente com o atual companheiro, e mesmo antes deste, já tivera outros cinco. A companhia das mulheres era sempre seguida de um clima de “essa mulher não presta”. Por outro lado, a companhia masculina não lhe era menos hostil. Alguns homens viam naquela mulher uma oportunidade de prazer fácil. Então tratava todos os homens com a mesma distinção merecida de alguns canalhas. Esse relacionamento com as pessoas a amargurava até a alma. Sendo assim, ela preferia ir só para buscar água, numa espécie de mau humor remoído no caminho da solidão. Aí encontra aquele viajante, e não resiste a oportunidade de despejar sua amargura. Nega-lhe água e ainda o alfineta com um problema étnico que já tinha mais de 400 anos (ela era samaritana, e ele era judeu. Os judeus tratavam os samaritanos como pessoas de segunda categoria). Ela só não contava com o fato de que aquele viajante era Jesus Cristo, o messias aguardado com ardente expectativa, pois teria o poder de fazer nova todas as coisas. Na conversa com Jesus aquela mulher descobre que terra seca não era o deserto, mas o coração dela. Era ela quem precisava da água do Espírito que restaura o bom humor, reconstrói relacionamentos e põe nos lábios um sorriso que vem do coração. A mulher amarga e solitária termina essa história (registrada em João 4:4-42) como a mulher feliz que correu na cidade para anunciar que havia encontrado o messias. Muitos outros corações secos e rachados pelos dramas do dia a dia também foram inundados pelas palavras que restauram a vida, quando foram até Jesus.
Não deixe que as tristezas e decepções da vida continuem amargurando você. Faça a descoberta da mulher samaritana. Descubra o messias. Descubra a vida. Redescubra a alegria de viver e de se relacionar. Então venha cantar conosco “deixe a tristeza de lado e vem louvar ao Senhor...”.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Lobo em pele de cordeiro

Ultimamente têm se multiplicado os crimes de falsidade ideológica. É bandido vestido de Polícia Civil; golpista que se faz passar por promotor; médica falsa em hospitais públicos; padre, pastor e pai-de-santo falsos, pegos por tráfico internacional de drogas; falsos servidores públicos (pasmem, eleitos pelo povo) pegos no aeroporto com dinheiro na cueca e “apóstolos” pegos com dinheiro dentro da bíblia. Até nossa mais valorizada instituição, o Corpo de Bombeiros, têm seus lobos que se fazem passar por policiais para extorquir empresários. Não bastasse pessoas falsas, está na moda também coisas falsas. E não estou falando da pirataria (de tênis, roupa, óculos, CD, DVD, relógio, etc.), que além de afundar empresas sérias, financia o crime e a violência. Estou falando de coisas falsas como dinheiro (papel e moedas) e remédio. Nós que não somos especialistas, não temos como saber se estamos sendo atendidos por médicos verdadeiros, se estamos pagando com dinheiro verdadeiro, se estamos tomando remédio verdadeiro, se somos parados por policiais verdadeiros, se elegemos candidatos verdadeiros ou se freqüentamos igrejas verdadeiras com pastores verdadeiros. É muita falsidade junta! A Bíblia fala muito sobre esse tema. Adverte quanto a balança falsa, que rouba no peso ou quanto a comerciantes falsos que quando compram dizem que o produto nada vale, mas quando vendem dizem que o produto vale muito. Adverte quanto a profetas falsos, que não ouviram nada de Deus e insistem em mentir dizendo “assim diz o Senhor”, quando o Senhor não disse nada. Quanto a igrejas falsas que se reúnem com apoio da sociedade, mas que estão cheios de profanação. Quanto a irmãos (amigos) falsos, que tem discurso de santidade, mas como sepulcro, estão cheios de ossos podres. A Bíblia fala de falsos apóstolos, falso testemunho, falsos doutores, falsos lábios, falsos discursos, falsos sonhos. De toda falsidade, provavelmente a pior delas deve ser o falso cristo (escrito assim mesmo, com letra minúscula). Todo falso gera conseqüência inversa. Polícia que não protege, rouba. Médico que não cura, mata. Dinheiro que não vale, não compra. Igreja que não apresenta Jesus como Senhor é agremiação social. Falso cristo, que não salva o pecador e não leva para o céu, deixa ir para o inferno. Fique atento. Jesus adverte em Mt 24:24-25 “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos. Vejam que eu os avisei antecipadamente”. O que você deve fazer para não ser enganado? Ser um dos eleitos (salvos por Jesus) é a única maneira de não ser enganado. Saiba mais sobre isso lendo Romanos 8:28-39.
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Levirato

Havia a prática do casamento por levirato. O ano é 1727 a.C. e a descendência era levado muito a sério. Quando o marido morria sem ter tido filhos, a viúva era dada como esposa ao irmão do falecido, para lhe garantir o nome, a descendência e a herança. Essa prática fazia parte da “constituição” promulgada por Moisés, portanto era lei. Um homem teve três filhos. O mais velho se casou e antes de ter filhos, morreu. O pai deu o filho mais novo para se casar com sua nora, mas este também morreu. O pai temeu pela vida do terceiro filho e mentiu para sua nora. Disse a ela que quando este único filho que lhe sobrou estivesse grande, lhe daria como marido para suscitar a descendência da família. O pai – seu nome era Judá – pensou que sua nora, chamada Tamar, fosse uma espécie de viúva negra. Oriundo do hebraico, seu nome significa “palmeira”. Nada assustador. Passado o tempo, vendo Tamar que o filho caçula de Judá já estava bem grandinho, e que não lhe era dado como marido, bolou um plano novelesco: Judá foi à cidade onde morava Tamar para cuidar de negócios relativos à tosquia de seu rebanho. Então Tamar se vestiu de prostituta e aproveitando a fraqueza de Judá (ele estava viúvo já fazia algum tempo) deitou-se com ele. O pagamento seria um cabrito entregue futuramente. Como penhor, Tamar ficou com o bordão (uma espécie de selo de identificação) e com o cajado de Judá. No outro dia, “honrado” como era, Judá enviou o cabrito pelas mãos de um amigo, mas este não encontrou nenhuma prostituta. Judá então pensou que ela poderia vender o selo e o cajado e ter isso como pagamento. Despreocupou-se completamente. Três meses mais tarde mandaram chamar-lhe, pois sua nora estava grávida. Judá chegou cheio de razão e foi logo dando ordem para que tirassem Tamar para fora da cidade e a queimassem. Vê-la morta desta forma seria um triplo acerto: a vergonha do adultério seria aplacada, a morte de seus dois filhos seria vingada e de quebra, ele não precisaria dar o terceiro filho para aquela viúva negra. Quando estavam perto de queimá-la, Tamar mostrando o selo e o cajado disse em alto e bom som para todos ouvirem, mas dirigindo-se especialmente para seu sogro: “o dono deste selo e deste cajado é o pai da criança que carrego no ventre”. Dá até pra imaginar o silêncio rasgando o fim de tarde empoeirado e os rostos de questionamento encarando Judá, esperando uma resposta satisfatória. Responder o que diante dos fatos inquestionáveis? Ele realmente havia mentido para ela quando disse que lhe daria o filho mais novo. Ele realmente havia infringido a lei, ignorando o levirato. Ele realmente havia desconsiderado o nome e a descendência de seus filhos falecidos. Então, reconhecendo o erro ele disse: “ela é mais justa do que eu”. Tamar teve gêmeos. Perez (que significa “irromper”) era o mais velho, e Zerá (que significa “brilhante” ou “escarlate”). Histórias em que a justiça irrompe fazendo brilhar o caráter do Deus da Bíblia sempre me fascinam. O sangue escarlate derramado na cruz é a mais brilhante de todas as histórias. É o resgate da nossa descendência, do nosso nome e da nossa herança.
Em tempo, Judá, Tamar e seus filhos estão registrados no texto em que é descrito a genealogia Jesus (Mt 1:3).
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Já é páscoa

Era páscoa, e a cidade estava especialmente cheia. Muito embora os romanos dominassem o cenário político, Israel nunca legou para nenhum conquistador a autonomia de suas festas religiosas. Especialmente a páscoa.
Que festa! Jerusalém estava lotada de gente que vinha de todas as regiões. Gente comprando, gente vendendo. Um burburim ensurdecedor envolvia as ruelas apertadas da cidade de Davi. Por todos os lados se vê pastores com suas melhores ovelhas, misturando-se com crianças que correm achando tudo uma grande diversão e adultos reclamando do preço do cordeiro pascal com os atravessadores, e atravessadores comprando dos pastores por um preço que mal pagava o gasto que os pastores tiveram para engordar o cordeiro. Quando se fala em dinheiro ninguém está satisfeito com o que gasta e com o que recebe. No entanto, aquela festa valia todos os esforços, afinal, era a lembrança da escravidão no Egito, e a libertação pelo Senhor. Mais ainda, era a esperança de uma nova libertação, das garras opressoras do temido império romano.
Por sua vez, o império romano ficava atento a toda manifestação, a todo grupo reunido que poderia tornar-se motim. O exército romano ficava de prontidão, e todo o escalão que representava Roma não se ausentava da cidade. Jerusalém tornava-se um barril de pólvora.
Em Betânia, uma aldeia próxima a Jerusalém, estava Jesus Cristo. De lá Ele envia seus discípulos a fim de prepararem a páscoa.
À noite todas as ruas estavam silenciosas e vazias. Era a noite de se comer o cordeiro pascal. Jesus estava com seus discípulos, uns com sono, outros com medo, e outro com desejo de traição. O mundo nem podia imaginar o que estava para acontecer em Jerusalém. Muito menos a própria cidade. Porém, o dia da libertação havia chegado. A esperança de Israel se consolidava na morte do verdadeiro cordeiro pascal, que naquela mesma noite seria preso, e antes do próximo anoitecer já estaria morto.
Depois deste final de semana, Jerusalém e o mundo nunca mais seriam o mesmo, afinal, o cordeiro pascal havia ressuscitado vencido a morte e tornado em realidade a esperança de vida abundante.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Intercessão

Interessantíssimo esse hábito que Deus tem de informar seus planos aos seus filhos. Muitas coisas feitas por Deus, foram anunciadas antes. Muitas outras que fará, já estão profetizadas. Quando da queda do ser humano, no Éden, Deus anunciou que providenciaria uma salvação. Antes do dilúvio, Deus o anunciou a seu servo Noé. Antes da chegada de Naamã, o profeta já o aguardava para curá-lo. Jesus alertou Pedro sobre sua fraqueza em negá-lo. Deus anunciou a destruição de Sodoma e Gomorra a seu servo Abraão.
Quando Deus assim o faz, confere ao ser humano, a possibilidade de participação. Nós não somos um número ou objeto para os planos de Deus, mas Ele leva em consideração nossas vontades, nossas dores e nossas limitações. Abraão pôde interceder por aquelas cidades. Não consegui livrá-las, talvez porque achasse impossível não haver pelo menos dez justos naquelas cidades, mas conseguiu livrar Ló e suas duas filhas. Esse é o poder da intercessão. E só tem esse poder quem conhece os planos de Deus, revelados em sua Palavra.
Quando Deus desistiu de Israel, e resolveu destruí-los completamente, e fazer uma nova nação com a descendência de Moisés, foi o poder da intercessão que livrou aquele povo da ira do Deus Altíssimo. Com argumentos fundados na própria Palavra de Deus, Moisés intercedeu pelo povo, e obteve resposta positiva, porque as misericórdias do Senhor não têm fim e a sua benignidade dura para sempre.
Este poder está hoje em suas mãos. Você conhece a revelação de Deus, e sabe o que acontecerá com nossa cidade, se não houver arrependimento e conversão sincera. Use o poder da intercessão, junto com seus irmãos! Esteja presente nos cultos de oração, e seja hoje, como muitos heróis do passado, um intercessor em oração, com o fim de mover o coração de Deus em direção á conversão dessa cidade ao Senhor Jesus.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Imagem da Semana

Toda sexta-feira pela manhã, quando está terminando o “Bom Dia Brasil” (telejornal da TV Globo), é exibido uma sucessão de imagens que retratam o que foi a semana. Sob uma bela música as imagens se sucedem numa espécie de resumo fotográfico das principais notícias que marcaram os últimos dias. As cenas são arranjadas de tal maneira que se perceba o passar dos dias numa alternância de boas e más notícias. Vitórias e derrotas. Alegrias e tristezas. Exatamente como a vida é. Infelizmente não como gostaríamos que fosse. Se pudéssemos escolher, seriam só boas notícias, sobrando vitória e muita alegria. Na sexta-feira que sucedeu o carnaval tais imagens, no entanto, mostraram-se mais cruéis do que o normal. A alegria sucumbiu diante das últimas notícias. Entre a imagem dos passistas eufóricos da “Vai Vai”, o gol de Robinho que deu a vitória ao Brasil e a quadra da “Beija Flor” lotada de gente extasiada pelo triunfo do bi-campeonato, aparecia gente chorando, tirando lama de dentro de casa, entre a geladeira deitada e o colchão empapuçado de sujeira. Aparecia gente chorando diante da casa desmoronada e soterrada junto com um ente querido que não teve tempo de fugir do próprio enterro. Ou seria do próprio soterro. Aparecia gente chorando diante de um monte de ferro retorcido do que antes fora um automóvel completo de família feliz viajando cheia de sonho, mas que na imagem era somente ferro tingido de sangue gritando em silêncio que chegara o fim. Aparecia gente chorando, porque a tromba d’água levou o amor da vida, levou a criança cachoeira abaixo, levou o jovem que não teve tempo, tudo num liquidificador gigante, matando gente sem dó. Como se alegrar diante destas imagens? Racionalmente eu seu que a alegria dos vitoriosos no carnaval e no futebol é legitima. Sei também que a distância geográfica e familiar entre o triunfo de alguns e a tragédia de outros expressa tacitamente que “uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa”. Mas quando colocadas juntas e ao som da mesma música, faz-se o impossível: juntar tristeza e alegria. E para essa impossibilidade só resta a única esperança: Crer no Deus que dá vida além do triunfo e da tragédia torna possível viver hoje a alegria da eternidade. Faça coro com o apóstolo Paulo, e não perca a esperança: “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim, fixamos os olhos, não naquilo que se vê, mas no que não se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2 Coríntios 4:16-18).
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Há tempo

É impressionante a sabedoria dos anciãos. Talvez pela experiência das quedas pelo caminho, talvez pela inteligência de observar e aprender com as quedas do próximo, talvez pela simples maturidade de entender como a vida passa e como as coisas acontecem. A sabedoria do ancião multiplica-se quando aliada à Palavra de Deus e à conversão pelo Espírito Santo. Não temos dados precisos, mas podemos inferir que Deus usou uma grande parcela de anciãos para escrever a Bíblia. É um prazer imenso poder ouvir deles “tiradas” de sabedoria, conselhos de experiência, exortações em amor. Ouvir histórias do tempo em que não éramos nascidos, quando não existia o computador, o microondas, as comidas congeladas e o café solúvel. Histórias e lendas do tempo do fogão à lenha, da carne de porco na banha, dos trens movidos à vapor, e da roça que não esperava pelo preguiçoso.
Ouvir histórias do tempo em que o povo tinha tempo, muito embora trabalhassem de sol a sol. Sem toda a parafernália tecnológica, que maximiza o aproveitamento das energias, e minimiza o tempo gasto, aquelas pessoas ainda tinham energia e tempo. Sem o carro para chegar mais rápido ao culto, andavam até três horas (batendo papo), e chegavam antes do culto começar. Parece que é assim: quanto mais temos máquinas que nos dão mais tempo, menos tempo temos. Quanto mais alternativas de conforto temos, menos tempo temos para usufruir da vida. Acabou o “dedo de prosa”. Não dá tempo. É preciso ler o jornal e assistir o noticiário da TV, para sabermos que a Iugoslávia está matando o povo Kosovo. Mesmo que para isso agente mate o diálogo com nossa família, e não saiba o que acontece dentro de casa. É preciso cuidar do carro, dos negócios, do programa na igreja, da casa, das contas... E tempo, ninguém tem para mais nada.
É preciso ouvir o conselho de um ancião, que teve a vida agitada por muitos compromissos importantes, e pecou por não investir mais tempo em sua vida devocional. “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”. Dê tempo para você, para seu cônjuge, para seus filhos, para o seu Deus. Não necessariamente nesta ordem, mas necessariamente dando tempo.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Fique de Olhos Abertos

A situação no país já não vinha bem fazia muito tempo. Eles haviam se esquecido de Deus. Cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos. Então entravam num ciclo interminável: moral duvidosa, ética comprometida, corrupção, violência, idolatria, e por fim a derrota para algum exército inimigo e a escravidão. Então vinha o choro, o arrependimento, o clamor por libertação e finalmente se lembravam de Deus. Esse comportamento é comum pra muita gente! Em contrapartida, Deus nunca havia se esquecido de seu povo. Diante do arrependimento sincero e das lágrimas verdadeiras, Deus intervinha na situação, usando pessoas como instrumento para libertar o país. Começava o caminho inverso: uma renovação moral, ética e religiosa varria a nação. O exército movido pelo desejo de libertação e pela convicção da vanguarda divina sagrava-se vencedor. Eram tempos renovados pela brisa da liberdade e da prosperidade. As celebrações corriam soltas. Celebravam por tudo. Pela colheita, pela tosquia, pela páscoa, pelo casamento, pela liberdade, pelo amor. Deus era lembrado em tudo isso. Com música, dança, incenso, comida, bebida. Com pedido de perdão, com meditação em sua Palavra, com estudos na lei, com sacrifícios no templo. Lentamente cada qual ia cuidando dos seus negócios. O tempo, maior algoz das lembranças, ia deixando os motivos de celebração em alguma prateleira, daquelas menos olhadas, da alma humana. E como “a inclinação do coração do homem é para o mal” (Gn 6.5), fica fácil imaginar. Muita festa com comida, bebida e dança solta. Olho vermelho por causa do vinho, olho grande no que não é seu, olho piscando para cônjuge alheio, olho roxo por causa da briga. Olho nos deuses libertinos dos povos conquistados. Nascia uma nova geração que não se lembrava mais de Deus. Logo estariam de olhos arregalados pela derrota e escravidão que chegava à galope. Muitos logo estariam de olhos fechados para sempre. Houve um, inclusive, que teve seus dois olhos furados pelo inimigo. Mas quando os olhos do seu coração se abriram para a grandeza das misericórdias e do perdão de Deus, toda a sua alma foi iluminada para sua última vitória. Infelizmente esse homem morreu logo após. Abra os olhos, abra seu coração. “O Senhor tem o seu trono nos céus, seus olhos observam; seus olhos examinam os filhos dos homens. O Senhor prova o justo, mas o ímpio e a quem ama a injustiça, a sua alma odeia... pois o Senhor é justo, e ama a justiça; os retos olharão a sua face” (Sl 11.4,5 e 7).
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

De uma vez por todas

Uma pessoa com a sua verdade é um leão! Não importa se o outro não está ali para se defender, se muitas pessoas vão ouvir, e isso possa gerar mais problemas que a falta da sua verdade geraria. Não importa se a verdade é só sua. Infelizmente. Quando as pessoas estão no seu “direito”, e tem uma suposta verdade nas mãos, acabam por abusar deste “direito”, e trombetear (talvez torpedear) suas verdades.
Há que se esclarecer, de uma vez por todas, que a sua verdade, por mais verdadeira que seja, por mais bíblica que seja e por maior que seja, é infinitamente menor que a verdade de Jesus e de seu Reino. Por isso submeta a sua verdade a verdade de Cristo, para que o reino ganhe.
Há que se esclarecer, de uma vez por todas, que o proclamar suas verdades, nem sempre são dirigidas por um coração que verdadeiramente ama a Verdade. O que percebemos, na maioria esmagadora de vezes, é que as pessoas querem dizer a verdade para terem a supremacia, para fazerem valer sua forma de pensar e para serem respeitados como os guardiões da verdade.
Há que se esclarecer, de uma vez por todas, que o gritar bem alto a sua verdade, não a faz mais verdade. O tempo e a história darão crédito ou descrédito à sua verdade.
Há que se esclarecer, de uma vez por todas, que a verdade deve ser dita para ganhar o irmão, para conquistar o amigo, para glorificar ao Senhor. Nunca para causar contendas, ou divisões. Se isto acontecer, ou houve verdade com grosseria, ou houve falta de maturidade de quem ouviu, ou não houve verdade alguma.
Há que se esclarecer, de uma vez por todas, que “há tempo para rasgar e tempo para cozer, tempo de estar calado e tempo de falar”. Use suas verdades para cozer relacionamentos, e rasgar a mentira, os achismos, os culturismos, as falsas verdades, de uma vez por todas, da sua vida. Ao ler isso, lembre-se de uma vez por todas, que há tempo de falar (para abençoar), e tempo de calar (para ser abençoado).
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Cooperação

Uma das palavras que mais ouço com relação à identidade das igrejas batistas é cooperação. Lembro quando era pré-adolescente, na Primeira Igreja Batista em São João de Meriti (Rio de Janeiro), meu pastor falando do púlpito que havia chegado entre nós um irmão peruano. Era da igreja batista daquele país e precisava de pouso e alimento por alguns dias. Lembro-me bem dele na mesa da cozinha da casa de meu avô, tentando se comunicar conosco num “portunhol” sofrível. Em outra ocasião, a três ou quatro anos atrás, uma jovem vinda de Ponte Nova (MG) morou na casa de meu pai, na Ilha do Governador, por um ano. Havia passado no vestibular da UFRJ e como não havia vaga na residência estudantil da universidade, pediu ajuda em sua igreja batista (Ponte Nova) que entrou em contato com os batistas do Rio de Janeiro e logo estava ela lá em casa. O nome disso é cooperação. Dá-se por um processo natural de identificação – ambos têm as mesmas convicções bíblicas – e estranhamente confia um no outro. A cooperação no micro se estende ao macro. Não somente entre pessoas da mesma denominação, mas especialmente entre igrejas da mesma denominação que tem em comum mais que o nome de batista. Têm em comum a visão de alcançar pessoas para Cristo e para isso somam esforços, abrindo mão de descansar num feriadão a fim de que outra igreja seja abençoada. A cooperação entre os batistas é responsável pela abertura de centenas de igrejas no Brasil e fora dele. Mais de mil e duzentos missionários (somados os da JMN e JMM), creches, orfanatos, lar de idosos, colégios, faculdades e tantas outras obras assistenciais é fruto apenas de cooperação. Não há nenhum contrato formal, nenhuma cláusula estatutária, nenhuma obrigação denominacional. Não há uma cúpula ou poder central que determine a soma de esforços entre igrejas batistas. Há somente a saudável e insubstituível visão bíblica de cooperação, para que aquilo que uma igreja não pode fazer só, pela limitação natural de seu tamanho, possa fazer com excelência através da soma de esforços com outra igreja. Este espírito de cooperação tornou este final de semana especial para a PIB em Passos. É com louvor a Deus que agradecemos a cada irmão e irmã que atendeu o apelo missionário e se dispôs a esta obra. Nossa marca registrada, a cooperação, é mais uma vez enobrecida por pessoas que deixam o discurso e passam à prática.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Convencidos ou convertidos?

Dia desses, ainda quando morava em Jundiaí, entrei numa padaria e enquanto esperava fatiar a mortadela encontrei um conhecido que estava no balcão tomando uns goles da “marvada”. Ele já estava alcoolizado quando me reconheceu, cambaleou até me abraçar (ou se escorar em mim para não cair) e disse bem alto para todos ouvirem: “gente, esse aqui é o pastor que me converteu”. Naquele momento eu tive uma certeza inquestionável. Era eu mesmo e mais ninguém quem havia convertido aquele moço. Se Deus o tivesse feito, teria dado resultados verdadeiros e para sempre (a bíblia diz: “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”). Quando uma pessoa começa a freqüentar uma igreja e resolve por decisão própria fazer parte dela, diz-se que ela se converteu. Conversão é mudança de direção na vida. Aquele que espancava, não espanca mais. Aquele que era mau pagador, agora tem crédito porque honra seus compromissos financeiros. Aquele que gritava e xingava, agora tem argumentos e ponderação. Aquele que usava sua beleza plástica para defraudar o corpo do outro, agora trata com honra os olhos, a mente e o corpo do próximo e mesmo o seu. Em tempo, a conversão é muito mais que mudança prática. Uma instituição (militar, por exemplo) pode impor comportamentos pela coerção. Mais isso não quer dizer que houve mudança da mente. Conversão é mudança da prática do dia a dia porque houve antes uma mudança interna, operada pelo poder que vem do alto (transformação). Resumindo, conversão é mudança que vem de cima (de Deus), muda por dentro (o coração e a mente) e por fora (as atitudes práticas do dia a dia). Por isso igreja é lugar de “ex”. Ex-adúltero, ex-preguiçoso, ex-fofoqueiro, ex-glutão, ex-beberrão, ex-viciado, ex-violento, ex-orgulhoso, ex-desobediente, ex-arrogante, ex-preconceituoso, “ex-tudo que a bíblia condena”. O meu amigo “convertido” e bêbado não havia sido convertido por Deus, mas convencido pelo pregador ou pela igreja. Meu amigo entendeu que era importante fazer aquilo que viu e ouviu na igreja, e até tinha intenção de fazê-lo, mas quando não há transformação é porque houve apenas convencimento. Há hoje muitos convencidos na igreja. Estão convencidos de que a igreja é um lugar legal e de que as coisas ensinadas são importantes. Mandam seus filhos para a igreja com a esperança de que eles ouçam coisas importantes e de alguma forma sejam protegidos das drogas e de vir a ser um adulto insolente. No entanto, quando não há transformação não há conversão. Pessoas podem ser bem educadas de berço, politicamente corretas e gozarem de boa reputação entre os seus, mas somente quando são alcançadas pela graça que vem de Deus, é que têm seus pecados perdoados. Então decidem abandona-los e viver de maneira que honre o nome de Cristo. Esses são os cristãos.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Cidade sitiada

A cidade estava cercada pelo exército arameu de Ben-Hadade. O cerco já durava tanto tempo que a fome dentro dos muros da cidade tornou-se inimigo pior que o exército do lado de fora. A cabeça de um jumento chegou a valer 3 mil reais e um litro de esterco de pomba custava 180 reais. Ambos tornaram-se alimento de luxo! O desespero e a bestialidade chegaram a limites inimagináveis, quando duas mulheres combinaram comer o filho de uma delas num dia e o filho da outra no outro dia. Estamos por volta de 855 a.C. em tempo de guerra entre Jorão, rei de Israel, e as forças Sírias. A morte estava do lado de fora, no poder bélico de um exército que veio para conquistar. A morte estava do lado de dentro, numa cidade sitiada até a loucura de alimentar-se do semelhante numa autofagia que apenas adiava o fim para o dia seguinte. Do rei ao plebeu só havia uma certeza: a morte era questão de tempo. Aliás, até o tempo é inimigo. É dentro do tempo que se chora, se sofre e se angustia pela expectativa do mal iminente. Mas que continua pendente e teima em não chegar. É uma expectativa que vai corroendo os nervos até a insanidade que grita sem ninguém ouvir. O mesmo texto bíblico que nos informa destes acontecimentos, nos fala também que nesta cidade (Samaria) havia um profeta de Deus, e que seu nome era Eliseu. Odiado pelo rei e seus pares, visto pelo povo com respeito e temor, era o tipo de homem capaz de milagres aparentemente fúteis (fazer o ferro de um machado flutuar) até a aparente futilidade pessoal (amaldiçoar 42 meninos a ponto de duas ursas saírem do mato e os despedaçarem por tê-lo chamado de careca). Mas não se engane. Nada de fútil havia neste homem. Ele mandou um recado para o rei: Amanhã, por essa hora, na porta da cidade, 30 litros de cevada custarão 36 reais. Era a promessa do impossível. Mas se fosse possível não seria milagre. Mais uma tarde... e o assessor do rei incrédulo dizendo que até mesmo se Deus fizesse abrir a janela do céu, ainda assim essa profecia não passava de frase de efeito. Mais uma noite se arrasta... e a notícia se espalha pela cidade. Uma semente de esperança caíra nos corações rachados como terra seca. Amanhece o dia... mais ou menos na hora em que o homem de Deus havia predito, num rompante de fé coletiva a multidão abre os portões e em desabalada carreira se lança sobre o acampamento inimigo. Surpresa geral e muita festa. Os samaritanos esfomeados encontraram as barracas, as armas e os alimentos, mas não encontraram um inimigo sequer. Na hora ninguém soube explicar como. Na ocasião sabiam apenas de duas coisas: o assessor incrédulo morreu pisoteado na porta da cidade; sabiam também que naquela cidade tinha um homem de Deus.
Incredulidade mata. Em Passos há homens e mulheres de Deus.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Celebrai a Jesus proclamando a vida

Deus deu ao ser humano duas grandes dádivas. A possibilidade de multiplicar a raça humana e poder participar da multiplicação dos filhos dele. Sem sombra de dúvida, a segunda para mim é a mais excelente das duas. A primeira enche a terra, a segunda povoa os céus. Uma tem tempo limitado, a outra é para toda a eternidade. Na geração da raça humana podemos conhecer seus números; a multiplicação dos filhos de Deus é imensurável, como diz a Bíblia: “Depois destas coisas olhei, e eis uma grande multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que estavam em pé diante do trono em presença do Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas mãos” (Ap 7:8).
Gosto de pensar que a melhor expressão de celebração pelas vitórias dos 100 anos de Missões Nacionais que podemos manifestar é estabelecermos o desafio de não passarmos um dia sem que os céus celebrem conosco as vitórias de pecadores sendo salvos por meio do testemunho de nossas vidas transformadas. A Bíblia fala de festa, alegria nos céus e nós estamos diretamente ligados a isso. Na medida em que levamos pessoas a Cristo, geramos filhos e festas que se estenderão pelos tempos eternos de Deus.
Já chegamos aos 189 milhões de habitantes em nosso país, e cabe a nós a responsabilidade de alcançarmos cada brasileiro que ainda não provou a bênção da salvação. Missões Nacionais está com a responsabilidade de fazer de cada batista um ganhador de almas, um evangelista em cada cidade não alcançada, cada lar um nascedouro de novos filhos de Deus, cada igreja um celeiro abarrotado de pessoas comprometidas com a proclamação do evangelho.
Vivamos de tal forma que nossos amigos, colegas de trabalho e vizinhos tenham intenso desejo de buscar refúgio e consolo em nossos lares. Certamente as pessoas que estão próximas de nós estão fazendo a leitura do tipo de mensagem que estamos pregando a elas. O tipo de vida que vivemos, nosso caráter, nossa integridade cristã falam mais que nossas palavras. Desafio aos irmãos a nos tornarmos incansáveis testemunhas de Jesus. Que não fique ninguém sem ouvir de Cristo a nossa volta. Todos temos um número considerável de pessoas que se relacionam conosco todos os dias. Muitas delas estão indo para o inferno e Deus pedirá conta delas a nós. Celebremos a Jesus, proclamando vida. A maneira mais eficaz de celebrarmos a Jesus é cumprirmos a sua principal determinação: Ganharmos almas para Ele. Celebre Jesus, proclame vida!

Pr Geremias Bento - Gerente de Missões e Ação Social – JMN
Postado por Pr. Damárcio G. Pereira

Beleza e amargura em dois versos

Daniel 12:3

“Aqueles que são sábios reluzirão como o fulgor do céu,
e aqueles que conduzem muitos à justiça
serão como as estrelas para
todo o sempre.”

O fim mistura beleza e amargura. Quando Jesus fala do fim, resume o ápice em dois versos onde se vê gente sendo reunida dos quatro cantos da terra e denominadas de “eleitos”. Antes porém, fala de tribulação com sol escurecendo, lua apagando e estrelas caindo (Mt 24:29-31). Cena que combina inigualável beleza e aterradora amargura. Outra cena apocalíptica em que estão presentes todas as pessoas de todos os tempos, de todos os lugares, de todos os tamanhos, e ainda um grande trono com seu Todo-poderoso Juiz cabem apenas em dois versículos de inigualável beleza e aterradora amargura (Ap 20:11-12). O julgamento pelos livros trazendo a amargura da condenação e o julgamento pelo livro, o da vida, promovendo a beleza da vida prometida. Daniel também participa das predições apocalípticas, e não foge à regra. Também escreve sua combinação de beleza e amargura em apenas dois versos. Multidões ressuscitam, como num retorno humano para prestação de contas do que foi feito da sua vida. Vida eterna e desprezo eterno presentes numa mesma multidão. O que separa um grupo do outro não é a ressurreição, mas a vida que levaram quando desfrutaram de seus 20, 50 ou 90 anos vividos aqui na terra.
Como cena para nossa vida, prefiro Daniel 12:3. Prefiro a beleza. Prefiro o reluzir da sabedoria. Prefiro a estrela da justiça. Prefiro ver você entre a geração daqueles que Deus levantou neste tempo e neste lugar para serem sábios e conduzirem muitos à justiça. Seja sábio em Cristo!
A Deus toda glória!

Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

As lições de Evódia e Síntique

Evódia e Síntique eram duas conceituadas mulheres macedônias. Elas tinham grande destaque na igreja cristã de Filipos, cidade da Macedônia oriental a cerca de 16 quilômetros da costa do mar Egeu. Na sua carta aos filipenses, o apóstolo Paulo cita-as nominalmente e menciona que elas deveriam se entender melhor diante do Senhor. Elas eram conhecidas por ter forte personalidade e a desavença entre ambas quebrava a harmonia e o bem-estar daquela comunidade a quem Paulo ministrava, por assim dizer, o dom da alegria, do gozo e do regozijo redobrado. Paulo diz solenemente: “Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor” (Fp 4:2). A leitura pública de uma carta vinda das mãos de um homem de Deus com o caráter do apóstolo certamente poderia provocar o afastamento de ambas por iniciativa própria, pois ficariam envergonhadas – ou elas, por si mesmas, tomariam posição de compor “a alegria e coroa de Paulo” de firmeza no Senhor. Reforçando ainda que a desavença deveria ser sanada, Paulo, no versículo 3, apela para um companheiro que ajudasse aquelas mulheres. Afinal, friso, elas trabalharam com ele e desfrutaram de sua companhia pessoal, mas algo estranho estava ocorrendo entre ambas. Curiosamente, não se tem pista do que realmente acontecia entre Evódia e Síntique. Também, fosse qual fosse a querela, como se sabe, diante da cruz de Cristo ninguém tem razão em nutrir contendas. Certamente, estava havendo uma ferrenha disputa que já afetava a igreja local e suas lideranças, já que comportamentos assim criam partidarismos e afetam as pessoas próximas. Tudo bem ao contrário do que Paulo ensinava – que todos deveriam “pensar concordemente”, sem nódoa de mágoas ou picuinhas. Além daquela desarmonia ser contrária à verdadeira fé cristã, uma outra contradição estava espelhada nos nomes das duas servas de Deus. O nome Evódia, de evodomai, significa “ir bem”, “prosperar”, “fazer uma boa jornada”. Termos semelhantes são empregados no versículo 2 da terceira epístola de João – “Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas”. Evódia, como cristã, não estava fazendo uma jornada feliz de vida cristã, pois vivia na desavença. Por sua vez, Síntique – também um nome grego, que significa “afortunada” –, vivia na pobreza espiritual da falta de amor e perdão. Essas duas irmãs na fé estavam contribuindo para uma possível instabilidade da harmonia familiar dos irmãos filipenses. Lembra a Bíblia que tudo o que está ali escrito é para nosso proveito, como diz Romanos 15:4. Hoje, a lição negativa dessas duas irmãs nos chama a atenção para o nosso papel nossas comunidades. Que sejamos instrumentos para manter a paz, a harmonia, a reconciliação – “cada um considerando o outro superior a si mesmo” (Fp 2:3), e tendo “o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus” (verso 5). Assim, conforme preconizou Paulo, desfrutaremos de bênçãos tão bem sintetizadas no significado dos nomes de Evódia e Síntique: Uma jornada feliz e afortunada. Extraído da Revista Eclésia, edição 121. Agnaldo L. Sacramento, enviado pelo Pr. Damárcio G. Pereira.

Aqui é assim mesmo

Há mais ou menos uns dez anos atrás estávamos eu e minha esposa numa pizzaria em Itupeva (município paulista) quando o garçom, muito simpático nos trouxe a pizza que havíamos pedido. No entanto, quando o garçom nos servia, percebi que a pizza estava queimada, toda preta por baixo. Naturalmente reclamei e disse que talvez alguém tivesse esquecido a pizza no forno. Com educação pedi que o garçom nos trouxesse outra pizza. Ele respondeu com uma frase esquisita. “Aqui é assim mesmo, senhor”. Será que ele queria me convencer de que em Itupeva todo mundo faz, come e admira pizza queimada?
Outro dia, aqui em Passos, fui comprar refrigerante num supermercado. Como seria consumido nos próximos minutos, naturalmente fui até a geladeira para pega-lo. No caixa descobri que o preço do refrigerante apanhado na geladeira era maior que o mesmo refrigerante, apanhado na gôndola. Diante de minha reclamação logo apareceu o gerente com a mesma frase fatídica: “Aqui é assim mesmo!” Será que ele queria me convencer de que em Passos o Procon não se aplica? Ou será que ele queria dizer que aquele supermercado estava acima da lei? Só sei que passei detestar essa frase. Quando alguém a usa parece que está tentando me convencer de que existem lugares onde se pode transgredir sem problemas ou culpa.
Felizmente, o Deus que cremos e que se revela pela bíblia me ensina que sua manifestação é para toda humanidade, sem distinção de raça, nacionalidade, conhecimento ou aporte financeiro. Por exemplo, a bíblia diz que todos pecaram e por isso estão separadas de Deus (Rm 3:23); diz também que o salário do pecado é a morte (Rm 6:23). Diante disso, ninguém em Itupeva ou Passos pode dizer que esta palavra não se aplica aqui. Mas o Deus da graça não tem prazer na morte. A bíblia também declara que nenhuma condenação (morte) pesa sobre aquele que está em Cristo (Rm 8:1), e que para ser salvo, basta crer com o coração e declarar isso com a própria boca (Rm 10:9-10). Lendo esses textos da bíblia fico convencido de que ninguém poderá reclamar uma exceção dizendo que na sua vida será diferente. Dessa vez, é como se Deus mesmo dissesse: “aqui é assim mesmo!” E então eu já começo a gostar mais dessa frase...
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Aprenda com Moisés

Ouvi uma expressão sobre a vida de Moisés que me aguçou a mente. O autor definiu assim a vida de Moisés: “40 anos aprendendo a ser alguém; 40 anos aprendendo a ser ninguém; e 40 anos aprendendo que Deus é tudo.” Transporte isso para sua vida...
Nos primeiros 40 anos, Moisés aprendeu toda a ciência egípcia. Como um filho da filha de Faraó, teve acesso ao que havia de melhor para alimentar sua fonte intelectual. A arte de fabricar instrumentos, de trabalhar o metal, de calcular construções gigantescas, de conduzir o povo, de acumular riquezas e tantos outros conhecimentos intelectuais. Para conduzir o povo de Deus, o próprio Senhor preparava Moisés no que havia de melhor na ciência. Você também deve se preparar no que há de melhor para servir ao Senhor. Deus lhe dá oportunidades num país livre, com ensino e de mobilidade sócio-cultural acessível. Deus lhe dá oportunidades numa denominação que privilegia o saber teórico. Nunca, tanto conhecimento esteve à disposição de tantas pessoas, através de tantos meios diferentes. Aprenda a ser alguém e aproveite!
Nos outros 40 anos, Moisés estava nos deserto apascentando ovelhas. Moisés aprendia a dura missão do trabalho manual e braçal. Era necessário enfrentar o frio da noite, animais perigosos, assaltantes, o sol escaldante e a comida sem o luxo palaciano a qual se acostumara. Aprendia a valorizar gravetos que alimentavam o fogo. Aprendia o valor da ferramenta e da habilidade em usá-la. Uma vez tendo capacidade e conhecimento para conduzir o povo de Deus, é necessário ser do povo de Deus. É necessário sentir como o povo, vestir-se como um deles e comer da mesma comida. Aprenda a ser ninguém a aproveite!
Nos últimos 40 anos, Moisés (como instrumento do senhor) realizou a maior de todas as obras de libertação, de Êxodo, de estratégia e de legislação que se tem notícia na história da humanidade. Fez tudo isso usando seus conhecimentos de diplomacia, de arte, de geografia, de sociologia, de antropologia e de tantas outras ciências aprendidas no Egito. Moisés aprendera a ser alguém. Mas somente isso não teria sido bastante. Moisés libertou, guiou e liderou o povo porque ganhou a confiança do povo. Moisés aprendera a ser um eles, viver como eles e saber a importância de ser um deles. Moisés aprendera a ser ninguém. Mas somente isso não teria sido o bastante. Ver o impossível sendo operado pelo Deus de Moisés. Vendo Moisés ser usado com graça e com ira; com misericórdia e com autoridade; com perdão e com juízo. Era o Senhor operando em Moisés. Aprenda mais essa lição: Deus é tudo! Somente aprendendo a lição completa você obterá êxito em sua vida. Aprenda a ser alguém, aprenda a ser ninguém e aprenda que Deus é tudo.
Então deixe que Deus aproveite de você!
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

O morto e a ferrari

Estava assistindo a um dos telejornais da manhã, quando foram noticiados dois acidentes no trânsito paulista. No primeiro deles, uma vítima fatal. Não me lembro qual a marca do automóvel ou como se deu o acidente. Não falaram nada sobre o morto. Se tinha esposa e filhos, se voltava do trabalho ou se ainda era jovem. A notícia foi dada num piscar de olhos. Mas me lembro bem que foi na Avenida dos Bandeirantes porque o mesmo jornalista que cobria este acidente foi surpreendido por outro, algumas dezenas de metros à frente. Desta vez a TV deu destaque especial. Não havia vítimas fatais. Na verdade só amassou um pouco do pára-choque e do pára-lama, mas o jornalista, bem como a edição do telejornal, deu a notícia com pesar e tristeza, dedicando tempo – que na TV, sabemos, é muito caro – por um único fato considerado especialíssimo: O automóvel abalroado era uma Ferrari. Porque usar tempo precioso do noticiário para falar de mais uma vítima do trânsito? Afinal, morre tanta gente em nossas avenidas e estradas. E se somarmos às vitimas de trânsito os mortos por assassinato, por balas perdidas e por tantas outras violências banais? Não haveria tempo suficiente. O melhor é contabilizar como dado estatístico: morreram 15 num atentado no Paquistão; mais 18 vítimas de um homem bomba na Palestina; outros 23 numa enchente no sul da Ásia; mais algumas dezenas nas estradas federais no último feriadão prolongado. Morte individual não dá notícia! A não ser, é claro, que seja uma personalidade de sucesso. Se for do meio artístico, melhor. Por outro lado, não é todo dia que a gente ouve de um acidente (mesmo bem simpleszinho) com uma Ferrari. Aliás, não me lembro de nenhum aqui no Brasil. Quando terminou a notícia e começaram as propagandas, desliguei a TV, peguei um cafezinho e fiquei pensando na banalização da vida. Ambos os acidentes praticamente no mesmo lugar. Em um deles um morto e noutro uma Ferrari amassada. O segundo ganhou mais destaque porque valia não sei quantos centos mil reais. Dar mais importância para uma Ferrari do que para uma vítima fatal só demonstra a banalização da vida e os valores corrompidos da nossa sociedade. Na contramão da hipocrisia social a Bíblia afirma que Deus não tem prazer na morte do ímpio, mas que ele se arrependa e volte (Ez 33:11) e que quando uma ovelha perdida é encontrada há alegria no céu (Lc 15:7). Não acredite em tudo que os telejornais deixam transparecer. Você vale mais que todas as Ferrari’s do mundo!
A Deus toda glória!
Graça e Paz
Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Os Batistas no Brasil e no mundo

Há algum tempo, o simpático jornal “Correio dos Lagos” tem publicado meus textos sob a coluna “Opinião”. Nesse tempo tenho tido o prazer de escrever livremente, sobre temas e assuntos os mais diversos. Desta forma, vale lembrar que sou pastor da Primeira Igreja Batista em Passos – a PIB já está a mais de 40 anos nesta cidade – e portanto creio que haja importância considerável explicar um pouco sobre os Batistas.
Presentes em mais de 150 países e somando um total de quase 100 milhões de filiados no mundo, os batistas têm uma história peculiar. Não reconhecem nenhum líder como sendo o seu “fundador”. No século dezesseis, no fluir da Reforma Protestante, surgiram grupos que se levantaram contra a tirania de Estados que obrigavam a uma religião estatal ou subjugavam a consciência e a liberdade religiosa à igreja oficial. Alguns destes movimentos foram cruelmente esmagados. Um destes grupos, chamado Movimento Separatista Inglês migrou para Holanda e ali, em 1609 organizaram uma igreja cujas características principais eram centralidade na Bíblia e profissão de fé seguida de batismo. Mais tarde, parte dessas pessoas retorna à Inglaterra e tomam parte no Movimento Batista. O ideal missionário – especialmente na instrumentalidade de William Carey – aliado às migrações para o “novo mundo” (notadamente onde hoje é o EUA), tornou os Batistas uma das maiores denominações evangélicas no mundo. A Convenção Batista Brasileira é a soma de todas as igrejas batistas locais (entre elas a Primeira Igreja Batista de Passos) e estão unidas por laços de cooperação mútua. As várias convenções batistas de cada país formam a Aliança Batista Mundial. Os batistas se distinguem especialmente pelo Senhorio de Cristo, livre exame das Escrituras, sacerdócio de cada crente, separação entre Igreja e Estado e cooperação mútua entre as igrejas. A Primeira Igreja Batista em Passos faz parte desta grande família em todo o mundo. Venha fazer parte desta família você também!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

Alguns vultos da história dos Batistas no Brasil

Uma das áreas da história que me fascina, são as biografias. Gosto de lê-las e, sempre que saudável, deixar-me influenciar por pessoas e seus feitos que marcaram a vida de muitos no passado e com poder pavimentaram as caminhos que percorremos hoje. Eis alguns que me são velhos conhecidos:

ü Salomão Luiz Ginsburg (1867-1927), um judeu polonês que fora criado na Alemanha e Inglaterra. Após sua conversão preparou-se modestamente e foi enviado pela Sociedade Missionária Interdenominacional para Portugal. Ali aprendeu a língua portuguesa, vindo a seguir para o Brasil como missionário dos Congregacionais. Procurou o missionário Zacharias Taylor a fim de travar um debate quanto às diferenças doutrinais entre as denominações. Por fim, Ginsburg deu-se por convencido na questão do batismo e iniciou uma das mais bem sucedidas empreitada missionária. Enxergou na página impressa um dos grandes instrumentos evangelísticos e doutrinários, além de traduzir mais de cem hinos, a maioria deles no Cantor Cristão (7, 46, 142, 301, 331, 437);

ü William Edwin Entzminger (1859-1930), também tradutor de hinos (266, 304, 306, 439, 508 do Cantor Cristão), era homem de vasta cultura, tendo o grau de doutor pelo Seminário Batista de Louisville. Foi o homem da página impressa, tendo escrito vários livros que auxiliou no preparo de obreiros nacionais. Também foi o fundador da Casa Publicadora Batista e de “O Jornal Batista” em 1901. Até algumas décadas atrás a Casa Publicadora Batista era o maior parque gráfico evangélico da América Latina;

ü Eurico Alfredo Nelson, “O Apóstolo da Amazônia”, sueco de nascimento, mas criado nos EUA. Sentindo o chamado irresistível do Espírito Santo para pregar no Brasil, para cá veio sem sustento garantido e sem preparo teológico. Dada sua especial inteligência, trabalho árduo e extrema sensibilidade missionária, logo a Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos nomeou-o missionário, tendo em vista o avanço missionário através de sua instrumentalidade. Dedicou a maior parte do tempo no amazonas e Pará, fundando as igrejas de Manaus e Belém, entre muitas outras. Também trabalhou no Ceará, Piauí, Maranhão e até no Acre;

ü Teodoro Rodrigues Teixeira, filho de portugueses, nascido na Espanha, chegou bem cedo ao Brasil e tendo se convertido ainda na juventude. Por mais de 40 anos serviu em “O Jornal Batista” como redator e redator-chefe. Estava sob sua responsabilidade a seção “Perguntas e Respostas” que por muitos anos ajudou na sedimentação da sã doutrina nos corações recém convertidos. Teodoro representa o trabalho “leigo” que teve importância fundamental no avanço dos batistas brasileiros;

ü Francisco Fulgêncio Soren, o terceiro jovem convertido no Rio de Janeiro logo demonstrou habilidades como pregador, despertando o interesse dos missionários que o enviaram para os EUA, onde permaneceu por 8 anos preparando-se para o trabalho pastoral. Após seu retorno assumiu o pastorado da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro exercendo liderança no Brasil Batista pr mais de 30 anos.

Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos