quinta-feira, 17 de abril de 2008

Convencidos ou convertidos?

Dia desses, ainda quando morava em Jundiaí, entrei numa padaria e enquanto esperava fatiar a mortadela encontrei um conhecido que estava no balcão tomando uns goles da “marvada”. Ele já estava alcoolizado quando me reconheceu, cambaleou até me abraçar (ou se escorar em mim para não cair) e disse bem alto para todos ouvirem: “gente, esse aqui é o pastor que me converteu”. Naquele momento eu tive uma certeza inquestionável. Era eu mesmo e mais ninguém quem havia convertido aquele moço. Se Deus o tivesse feito, teria dado resultados verdadeiros e para sempre (a bíblia diz: “se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”). Quando uma pessoa começa a freqüentar uma igreja e resolve por decisão própria fazer parte dela, diz-se que ela se converteu. Conversão é mudança de direção na vida. Aquele que espancava, não espanca mais. Aquele que era mau pagador, agora tem crédito porque honra seus compromissos financeiros. Aquele que gritava e xingava, agora tem argumentos e ponderação. Aquele que usava sua beleza plástica para defraudar o corpo do outro, agora trata com honra os olhos, a mente e o corpo do próximo e mesmo o seu. Em tempo, a conversão é muito mais que mudança prática. Uma instituição (militar, por exemplo) pode impor comportamentos pela coerção. Mais isso não quer dizer que houve mudança da mente. Conversão é mudança da prática do dia a dia porque houve antes uma mudança interna, operada pelo poder que vem do alto (transformação). Resumindo, conversão é mudança que vem de cima (de Deus), muda por dentro (o coração e a mente) e por fora (as atitudes práticas do dia a dia). Por isso igreja é lugar de “ex”. Ex-adúltero, ex-preguiçoso, ex-fofoqueiro, ex-glutão, ex-beberrão, ex-viciado, ex-violento, ex-orgulhoso, ex-desobediente, ex-arrogante, ex-preconceituoso, “ex-tudo que a bíblia condena”. O meu amigo “convertido” e bêbado não havia sido convertido por Deus, mas convencido pelo pregador ou pela igreja. Meu amigo entendeu que era importante fazer aquilo que viu e ouviu na igreja, e até tinha intenção de fazê-lo, mas quando não há transformação é porque houve apenas convencimento. Há hoje muitos convencidos na igreja. Estão convencidos de que a igreja é um lugar legal e de que as coisas ensinadas são importantes. Mandam seus filhos para a igreja com a esperança de que eles ouçam coisas importantes e de alguma forma sejam protegidos das drogas e de vir a ser um adulto insolente. No entanto, quando não há transformação não há conversão. Pessoas podem ser bem educadas de berço, politicamente corretas e gozarem de boa reputação entre os seus, mas somente quando são alcançadas pela graça que vem de Deus, é que têm seus pecados perdoados. Então decidem abandona-los e viver de maneira que honre o nome de Cristo. Esses são os cristãos.
A Deus toda glória!
Graça e Paz

Pr. Damárcio Gutemberg Pereira
Primeira Igreja Batista em Passos

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